Um concerto dentro da sala de aula

por Rosangela Lambert

Você sabe como propor conteúdo de repertório erudito de maneira interessante para seus alunos? O Minuto Musical de hoje quer refletir sobre isso.

É bem provável que as crianças não tenham acesso, em sua vida cotidiana, a músicas do repertório erudito, o qual é, comumente confundido com algo muito difícil e pouco interessante. De igual modo, muitos pedagogos sentem-se inseguros ou não adequadamente qualificados para proporcionar experiências significativas para seus alunos em sala de aula.

Contudo, este repertório é extremamente valoroso para o trabalho de formação musical e também humana! Além do conteúdo histórico e musical, muitas oportunidades são oferecidas aos educandos, como a abertura para o novo, a escuta ativa, a sensibilização, o respeito, a apreciação estética, entre tantas outras.

Para que o conteúdo se torne interessante e coeso, é importante contextualizar as propostas, por meio de histórias, jogos e atividades em que os alunos participem ativamente, Baseada em minha experiência, a forma de abordagem e a condução das propostas é o que faz toda a diferença entre o “interessante” e o “não interessante”.

Nesta aula as crianças foram apresentadas ao grande compositor Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741). Após ouvirem uma breve história sobre ele, acompanharam, com chocalhos artesanais, lâminas de raio “x” e pequenos carrilhões feitos com chaves, o clássico “Primavera”, da obra “As Quatro Estações” (1723). Atentos à regência e muito empenhados, comportaram-se como “pequenos grandes músicos”.

Que privilégio poder “conhecer o desconhecido” e encartar-se com sua beleza.

Elvira Drummond, compositora e escritora, afirma em seu livro Pedagogia Amorosa, que “a grandeza da arte consiste em tecer uma trança que junta os fios do sentir, do pensar e do emocionar: sensibilidade, reflexão e emoção… Eis os ingredientes da arte”.

Bravo! Bravo! Não perca o próximo Minuto Musical!