Música escrita x Música que soa
por Rosangela Lambert
Muitos professores me procuram desejando saber o que eu penso e como eu trabalho a notação musical na escola regular. O Minuto Musical de hoje te convida a refletir sobre isso.
A notação musical é composta por vários sistemas de codificação. Suas figuras consistem um sistema categorial hierárquico, representando ritmo e, se colodos na pauta ou pentagrama, representam também a nota da melodia (altura). Tal aprendizado envolve pensamento lógico-matemático e pensamento conceitual para identificar e classificar, rapidamente, signos de acordo com seus atributos lógicos. Resumindo: não é nada fácil!
Segundo Freire e Freire (2013), “o sistema de notação musical é o mais complexo dos três sistemas notacionais construídos pela humanidade, uma vez que o signo musical se apresenta como um composto de vários sistemas de codificação que precisam ser compreendidos e articulados simultaneamente” (p. 109-110).
Em minha prática na escola regular eu opto por trabalhar com a notação não convencional (muito efetiva e interessante). Grandes pedagogos musicais da atualidade legitimam a notação não convencional e comprovam sua eficácia para a prática de grupos escolares.
Segundo a educadora Leda A. Maffioletti, não importa se estamos trabalhando com a escrita convencional ou com a escrita contemporânea, o que importa é a produção de significados e sua socialização no grupo, para que sejam compartilhados, discutidos e finalmente adotados como uma forma de representação.
Para o educador John Paynter o contato imediato com a experiência musical, descobrindo sons, organizando-os, tocando e ouvindo não depende do conhecimento da linguagem musical tradicional ou de técnicas instrumentais específicas. Ele afirma que há muitas formas de se fazer música sem ler e escrever os códigos tradicionais e a música contemporânea abre caminhos nessa direção.
Nesta aula trabalhamos com a divisão dos tempos musicais e, para facilitar a compreensão das crianças, utilizamos as palavras “pão”, “suco” e “coca-cola”, cada uma tendo que ser executada em uma única pulsação. Na sequência, trabalhamos com os tubos sonoros (boomwhackers), introduzindo a harmonia, ou seja, a sobreposição de notas que guarda uma relação matemática entre si, formando o que se chama “acorde”. Para esta leitura, utilizei cores. Nesta equação, o resultado foi positivo: mais concentração, mais conhecimento e mais diversão!
⭐ Reflita sempre se a música que você propõe aos alunos soa e reverbera na vida deles. Isso é o que realmente importa!
Referências:
FREIRE, R. D.; FREIRE S. F. C. D. Sinais musicais: o corpo como a primeira representação da lógica musical pela criança. In: ILARI, B.; BROOCK, A. (orgs.). Música e educação infantil. Campinas: Papirus, 2013, pp. 99-121.
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