Afinal, o que torna o ensino musical eficiente?
Por Rosangela Lambert
Em pleno século XXI, em que as informações “transbordam” de vários canais de comunicação, a importância da formação do educador musical como conhecedor de diversas metodologias pode estar em xeque. Por que ele deveria estudar e conhecer as propostas de educadores como Dalcroze, Kodály, Orff, Willems, Schafer, Paynter, entre tantos outros? A resposta é simples: porque, em conjunto, o trabalho desses e outros pedagogos foi fundamental na construção das concepções que temos hoje do que é educação musical e de como ensinar música. Há um imenso valor histórico e educacional nas ideias desses clássicos e conhecer seu legado pedagógico implica entender as formas de pensar o ensino de música.
Outra questão central diz respeito à conceituação de método, um termo complexo e com múltiplos significados. Talvez a definição mais difundida seja a ideia de método como “uma fórmula ou receita”, que já vem pronta e que necessita apenas de um “aplicador”. No entanto, acreditamos tratar-se de uma visão reducionista.
Por um ensino musical consciente
O romancista, dramaturgo e jornalista irlandês Bernard Shaw (1856-1950), disse: “Quem sabe, faz; quem não sabe, ensina”. Tal pensamento, equivocadamente, desmerece o papel do professor. Muito mais do que um “aplicador de métodos, fórmulas ou receitas”, é o professor quem articula o que e o como para ensinar efetivamente, para desenvolver um processo educativo, compreendido não apenas como transmissão de conteúdos, mas como um processo de desenvolvimento das capacidades, habilidades e competências do aluno, de modo que ele se torne capaz de apropriar-se significativamente de diferentes saberes e fazer uso destes em sua vida.
Assim, longe de uma função menor, que pode caber a quem não sabe, o ensinar constitui-se numa atividade bastante complexa, em que é preciso dar ao conteúdo que se ensina – o que – uma forma – como, que viabilize um processo de ensino e aprendizagem significativo. Lee Shulman (1938), célebre estudioso da educação, afirma que o mero conhecimento do conteúdo é tão inútil pedagogicamente quanto habilidades para ensinar sem conteúdo.
Então, é preciso arregaçar as mangas e tornar-se um “professor-aluno”, sempre estudioso, buscando conhecer diversos métodos de educação musical, sem perder de vista a reflexão sobre sua própria prática e não tomar esses métodos como um conjunto de técnicas a reproduzir, consagradas pela assinatura de seu autor. Contrapondo a máxima de Bernard Shaw, declaramos nossa preferência pela original dita por Aristóteles (384 – 322 A. C.):
“Aqueles que sabem, fazem. Aqueles que compreendem, ensinam”.
Publicado originalmente no blog Terra da Música.
Parabens!!!
Estou impressionada com um trabalho tão lindo. Tudo elaborado cuidadosamente, com muito amor e carinho para nós educadores.
Obrigada por compartilhar conosco esse trabalho tão rico.
Que bom que está contribuindo! Avante! AbraSONS!
Gratidão, Rosangela. A palavra que encontro pra te dizer. Todos os dias encontro desafios,(sala de aula infantil é uma pedreira) e com suas dicas vai ser menos difícil.
Obrigado.
Não tem coisa fácil, não é mesmo? rs
Vamos em frente, vamos juntos!
AbraSONS
“Aqueles que sabem, fazem. Aqueles que compreendem, ensinam”.
Palmas