Quem são os idosos?

por Rosangela Lambert

Começo nossa reflexão propondo uma pergunta: qual a diferença entre ser adulto e ser idoso? Antes de seguir sua leitura, pense um pouco!

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, todas as pessoas a partir de 60 anos, em países em desenvolvimento e a partir de 65, em países desenvolvidos, são idosos. Em princípio, esta classificação etária, coloca a todos “como iguais”. Isso faz sentido?

Anita L. Neri, mestre em Psicologia, membro da GSIA – Global Social Initiative on Aging e da International Association for Gerontology and Geriatrics, como representante da Confederação das Sociedades Latinoamericanas de Geriatria e Gerontologia, define:

Idosos são indivíduos assim denominados em um dado contexto sociocultural, em virtude de diferenças que exibem em aparência, força, funcionalidade, produtividade e desempenho de papéis sociais, em comparação com adultos não idosos.

Envelhecer é um processo multifatorial e subjetivo, cada pessoa tem sua maneira própria de envelhecer. O tipo de envelhecimento de cada um está diretamente atrelado a muitos fatores, como “bons hábitos de uma vida inteira”, entre eles: alimentação equilibrada, prática de atividade física, vida social saudável, qualidade do sono, por exemplo.

Maria Cecília S. Minayo, mestre em Antropologia Social, doutora em Saúde Pública, afirma que, além da história particular de cada um, há também aspectos estruturais, como classe, gênero e etnia, relacionados a questões de saúde, educação e condições econômicas, que também afetam o processo de envelhecimento.

Por isso, ao falarmos em “idosos”, é importante compreender além do significado semântico do termo, mas aprofundar nossa investigação: quem são os idosos aos quais nos referimos?

Encontramos, na literatura, uma classificação que nos auxilia nesta compreensão:

Idosos ativos são aqueles que mantêm atividades preservadas durante a velhice, priorizando aquelas que têm significado para o crescimento pessoal. Além disso, têm boa capacidade de adaptação a condições desfavoráveis e de otimização de competências, com boa funcionalidade física e psicossocial, compensando os comprometimentos inerentes à velhice (Maria Rodrigues Perracini).

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Idosos Autônomos: São os idosos que, assim como os ativos, vivem o processo de envelhecimento saudável, mas que podem apresentar algumas limitações, físicas ou cognitivas, que não chegam a comprometer o exercício de sua independência moral.

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Idosos Dependentes: São os idosos que, por acidentes, desenvolvimento de patologias ou comorbidades, precisam de cuidados especializados e não têm autonomia para tomar suas próprias decisões.

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Que tal uma curiosidade? Como surgiu o termo Terceira Idade?

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O termo foi criado por ocasião do estabelecimento dos primeiros cursos para idosos, na Universidade de Toulouse, França, em 1962; acreditava-se que soaria agradável aos ouvidos da clientela. Era uma forma de a universidade responder à necessidade social do custeio da saúde e do bem-estar dos idosos. Mantê-los saudáveis e ativos por mais tempo parecia uma solução viável e digna.

A expressão terceira idade, foi então, associada a uma “nova” velhice, marcada pela atividade e pela produtividade na ocupação de um tempo livre, que se apresentava cada vez mais extenso.


A noção de terceira idade não somente ganhou o mundo, mas também lugar no processo e temporalização da vida humana.

Atualmente profissionais da saúde e do meio acadêmico já falam em Quarta Idade, ou seja, os idosos mais velhos, a partir de 80 anos.

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E a música, é indicada para todos os idosos?

Sim! Quando adequadamente utilizada, pode trazer benefícios para os idosos de “todas as idades”. A seguir apresento, de maneira sucinta, alguns benefícios que o uso da música pode proporcionar:

  • Prevenção do declínio cognitvo;
  • Estímulação de habilidades cognitivas;
  • Estímulação de habilidades sensório-motoras;
  • Resgate de identidade e experiências afetivas;
  • Oportunidade de integração e socialização;
  • Exercício de habilidades socioemocionais;
  • Despertar da imaginação e da criatividade;
  • Fonte de prazer e emoções.

Referências:

BRUSCIA, Kenneth E. Definindo musicoterapia. Trad. Marcus Leopoldino. 3 ed. Barcelona: Barcelona Publishers, 2016.

DINIZ, Leandro F. M. et. al. Neuropsicologia do envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed, 2013.

Perracini MR, Rosa JLS, Ganança FF . Estabilometria em pacientes com doença de Meniere. Acta Orl. 2006.